Os bairros de Curitiba estão envelhecendo. Uma pesquisa divulgada em julho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em nove, dos 75 bairros da capital, pessoas com mais de 60 anos representam no mínimo um quinto do total de moradores. No topo da lista está o Jardim Social, com 27,4%, e em nono lugar, o Juvevê, com 20,1%. O Jardim Botânico, que figura em 10.° lugar, está quase lá: os idosos já representam 19,7% de sua população.Moradores viram Jardim Social crescer
Uma tarde de bate-papo com os moradores mais antigos do Jardim Social – o bairro curitibano com maior número proporcional de idosos em sua população – é sinônimo de conhecer também a história do local, desde o início de sua ocupação, quando a região era vista como um mundo à parte, sem asfalto e longe de tudo. Tudo, no caso, era o Centro.
“A cidade acabava na caixa d’água [da Sanepar, no Alto da XV]. A gente morava no mato, como diziam os parentes”, brinca a professora aposentada Regina Seixas Pinto, 67 anos, moradora do bairro há 38 anos. Quando ela chegou ao local, recém-casada, sua casa figurava solitária na paisagem. Os vizinhos mais próximos ficavam a metros de distância.
Uma década mais tarde, quando ela se estabeleceu na Avenida Fagundes Varela, uma das principais vias do bairro, ainda não havia sequer asfalto. Os carros que hoje passam “voando” pela rua eram figuras raríssimas. “Meus filhos andavam de bicicleta e jogavam bola no meio da rua, e eu não precisava me preocupar”, relembra.
O comerciante Gabriel Alceu Zequinão, 77 anos, mora no bairro há três anos, mas frequenta a esquina da Fagundes Varela com a Manoel Correia de Freitas desde que nasceu. Lá funciona uma mercearia herdada por ele dos pais. Para Zequinão, a relação de confiança estabelecida entre os mais velhos é o diferencial do bairro. A reclamação fica por conta do tráfego intenso. “Tem dias que eu levo 10 minutos para atravessar a rua. Às seis da tarde piora. Precisamos de um semáforo aqui”.
O engenheiro civil José Rodolfo de Lacerda, de 69 anos, que mora no local há 39 anos, cita as ruas largas, a grande quantidade de árvores e o fato de o Jardim Social ter sido um bairro planejado como os fatores que atraíram e mantiveram as pessoas no mesmo local até chegar à terceira idade.
O problema, hoje, segundo ele, é a segurança, que começa a incomodar. “Conheço muitos vizinhos que já foram assaltados. O sossego tem seu lado bom, mas também chama a atenção dos bandidos”. Os mais velhos, diz ele, acabam sendo alvo fácil de criminosos, por isso o bairro deveria receber mais atenção da polícia. “Precisamos de uma ronda ostensiva e mais iluminação”. – Gazeta do Povo 17 de agosto de 2011
leia a matéria na íntegra. http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1156702&ch=
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